A
dominação masculina passa pela criação de um conjunto de ideias sobre o homem e
sobre a mulher no qual o primeiro estabelece sempre as regras. Se há dominação
é porque, antes de tudo, há estruturas de poder que fundam e refundam
constantemente esta dominação.
Bourdieu
aplica o conceito de habitus no processo de subordinação do gênero feminino.
Trata-se de uma interação dialética entre os grupos socioculturais dominantes
que é mantida e revista a partir de negociações e aceitação dos grupos
subalternos.
Segundo
Bourdieu, a dominação masculina exercida sobre as mulheres é apoiada na
violência simbólica estabelecida a partir da divisão entre quem domina e quem é
dominado. Isto não ocorre a partir de mecanismos conscientemente elaborados
pelos homens para exercer o poder sobre as mulheres, mas a um gradual processo
de “socialização do biológico e “biologização” do social”. Este é organizado a
partir de categorias androcentricas, sendo expresso através de modos de falar,
pensar, e de se comportar, provocando efeitos nos corpos e mentes dos
indivíduos.
Bourdieu
propõe ainda uma reflexão sobre o modo como o mundo é concebido e entendido, no
qual a "inferioridade" feminina é considerada como algo “natural”.
Este processo está na "organização natural das coisas", fazendo parte
dos esquemas de percepção dos indivíduos, do seu pensamento e da sua ação.
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