Durante o século XVIII, em inglês e em francês, os termo s "direitos
humanos" , "direitos do gênero humano " e "direitos da
humanidade " se mostraram todos demasiado gerais para servir ao emprego
político direto. Referiam-se antes ao que distinguia os humanos do divino, numa
ponta da escala, e dos animais, na outra, do que a direitos politicamente
relevantes como a liberdade de expressão ou o direito de participar na
política. Assim, num dos empregos mais antigos (1734) de "direitos da
humanidade " em francês, o acerbo crítico literário Nicolas
Lenglet-Dufresnoy, ele próprio um padre católico, satirizava "aqueles
monges inimitáveis do século VI, que renunciavam tão inteiramente a todos 'os
direitos da humanidade ' que pastavam como animais e andavam por toda parte
completamente nus". Da mesma forma, em 1756, Voltaire podia proclamar com
ironia que a Pérsia era a monarquia em que mais desfrutava dos "direitos
da humanidade" , porque os persas tinham os maiores "recursos contra
o tédio". O termo "direito humano " apareceu em francês pela
primeira vez em 1763 significando algo semelhante a "direito
natural", mas não pegou, apesar de ser usado por Voltaire no seu amplamente influente Tratado sobre a tolerância!'
HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos, p. 21
Nenhum comentário:
Postar um comentário