sexta-feira, 22 de julho de 2016

Por um punhado de leitura: "A Invenção dos Direitos Humanos: Uma História" - Lynn Hunt


Durante o século XVIII, em inglês e em francês, os termo s "direitos humanos" , "direitos do gênero humano " e "direitos da humanidade " se mostraram todos demasiado gerais para servir ao emprego político direto. Referiam-se antes ao que distinguia os humanos do divino, numa ponta da escala, e dos animais, na outra, do que a direitos politicamente relevantes como a liberdade de expressão ou o direito de participar na política. Assim, num dos empregos mais antigos (1734) de "direitos da humanidade " em francês, o acerbo crítico literário Nicolas Lenglet-Dufresnoy, ele próprio um padre católico, satirizava "aqueles monges inimitáveis do século VI, que renunciavam tão inteiramente a todos 'os direitos da humanidade ' que pastavam como animais e andavam por toda parte completamente nus". Da mesma forma, em 1756, Voltaire podia proclamar com ironia que a Pérsia era a monarquia em que mais desfrutava dos "direitos da humanidade" , porque os persas tinham os maiores "recursos contra o tédio". O termo "direito humano " apareceu em francês pela primeira vez em 1763 significando algo semelhante a "direito natural", mas não pegou, apesar de ser usado por Voltaire no seu amplamente influente Tratado sobre a tolerância!'


HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos, p. 21





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